domingo, 28 de agosto de 2011


RESENHA
                                                                                
BALOGH, Anna Maria. In: Algumas observações sobre a ‘Linguagem Televisual.’ Conjunções Disjunções Transmutações. Da Literatura ao Cinema e à TV. 2. Ed. São Paulo: Annablume, 2005.
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         Anna Balogh possui doutorado em literatura Estrangeira Moderna, mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, foi colaboradora do jornal O Estado de São Paulo, autora de varias obras voltada para as questões da mídia, discurso da TV, cultura e comunicação, cinema, literatura.
       No texto Algumas observações sobre a ‘Linguagem Televisual’, Anna Balogh apresenta e busca elementos para uma melhor compreesão televisual, analisa conteúdos que nos ajudam entender certos processos na TV, como o palimpsesto que é definido pelo autor italiano Lorenzo como: “a televisão não apaga nunca o texto primitivo e as novas Produções não conseguem ocultar as marcas do texto subjacente que pervive além das mudanças políticas e gerenciais.” (pg.143).
       Na programação televisiva, os programas são ligados um ao outro principalmente com os que o antecede, dessa forma percebe-se a intertextualidade bem mais na TV do que no cinema, para uma melhor compreensão a esse respeito é preciso procurar ver a TV como uma polifonia de vozes, ou espaço híbrido. A autora comenta também, sobre a “fragmentação, voracidade e serialidade,”, pois a TV faz parte do dia-a-dia das pessoas, a casa destas pode faltar qualquer coisa exceto a TV, contudo as pessoas estão cedendo a esta oferta e consumo que a TV apresenta aumentando cada vez mais a sua voracidade.                           
      Antigamente nos intervalos havia um silêncio ou em alguns segundos a tela ficava preta sem passar nada, hoje o que se percebe é que há um fluxo de programa e na interrupção deste causada pela fragmentação, aparecem os chamados “intervalos comerciais.” No tocante a serialidade Balogh diz: “Para alimentar a voracidade da tv, se criou uma forma industrial de produção: a serialidade.” (pg. 144) O que caracteriza a tv é esta produção em serie, em que nos é apresentado em primeiro plano a novela que, cujo formato é serializado e dramático embora as vezes tem comédia, é a marca registrada do telespectador.
         A televisão está o tempo todo preocupado com a audiência, recepção, dessa forma por meio da mesma, se cria mecanismo chamado por alguns teóricos de paraserialidade e o papel dos gêneros se faz importante pois este elemento orienta na formação das intertextualidades das programações. No que tange a Transmutação Televisual que segundo o texto “exige, em geral, uma estratégia de expansão narrativa e discursiva,” há comentários sobre as obras Vidas Secas, romance de Graciliano Ramo e Grande Sertão: veredas, romance de João de Guimarães Rosa esta obra última é visto pela autora como um marco da produção literária e também como uma obra que apresenta um desafio para sua transposição, por conta de ser complexa e cheia de dificuldade no tocante a sua extensão e linguagem.  
         Entretanto são pontuadas as especificidades de como são feitas as adaptações pelo cinema e pela televisão destas obras literárias (Vidas Secas, Grande Sertão: Veredas) e as implicações de cada uma, portanto percebe-se uma análise mais detalhada a respeito de Grande Sertão: Veredas em que nos é apresentado elementos, como istopias e temas e programas da narrativa, que nos leva conhecer melhor essa trasmutação televisual, tanto na parte das criatividades como nas não realizações desta.         
         Contudo o texto Algumas observações sobre a ‘Linguagem Televisual’ discorre de forma sintética os conteúdos abordado o que dificulta na melhor compreensão dos mesmos, Balogh fala que o palimpsesto é muito usado e pouco definido e a própria, não traz maiores ou melhores definições, então são estas e outras questões do tipo sintético de mais, que não facilita uma compreensão mais aprofundada a esse respeito, mas, a sua discussão ou análise é pertinente porque nos oferece uma visão intelectual em relação as adaptações fílmicas e principalmente no que se refere a “Transmutação Televisual” ou “Linguagem Televisual.” As novas tecnologias traz consigo as artes fílmicas, minisséries, novelas, cinema e outros textos nos mostrando um novo modo de pensar e oferece uma outra alternativa além do livro que modifica e transmite conhecimento.   
  

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